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Poder sem propósito e sem visão não reflete liderança

19/05/2021 | Autor: O. Rêgo Barros | Visitas: 204
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Fonte: https://cio.com.br/carreira/voce-e-um-lider-centralizador-veja-como-descobrir/

Nossas lideranças precisam ler mais e falar menos. As palavras têm consequências. A leitura é fecunda em exemplos.

Os borbotões de declarações com as quais somos forçados a viver estão influenciando o comportamento das pessoas. De forma mais preocupante, sofrem os menos aquinhoados para a sobrevivência diante do caos social, econômico e sanitário.

A professora Doris Kearns Goodwin, em sua obra LIDERANÇA EM TEMPOS DE CRISE (Editora Record – 2018), sistematiza a escalada até a cadeira mais poderosa do mundo moderno – a da presidência dos ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA – de quatro referências de liderança para a sociedade americana: Abraham Lincoln, Theodore Roosevelt, Franklin Delano Roosevelt e Lyndon Johnson.

Tomemos Abraham Lincoln como arquétipo a ser perseguido na construção de uma liderança endógena.

Como um líder é capaz de infundir senso de propósito e significado na vida das pessoas? É questão posta por Goodwin que merece atenção diante da anomia com a qual nos deparamos.

Lincoln, quando ignorante sobre um assunto, por mais simplório que pudesse parecer, sempre estava disposto a revelar o seu desconhecimento e buscar ajuda nos mais competentes.

Seu espírito de homem público se configurava ao defender a necessidade de o povo ser educado, conhecer sua história e apreciar as instituições livres. “O maior baluarte contra um ditador é o povo informado …”

Em discurso de homenagem fúnebre a Henry Clay, político ao qual Abraham Lincoln devotava grande respeito, suas palavras pareciam vestir-lhe a si próprio à medida que defendia reprimir o rancor e unir partidos opostos como atitude de um estadista. Há um entendimento contrário em nosso país caracterizado pelos embates extremos comuns nos dias de hoje.

Arroubos impensados não se constituíam em características de Lincoln. Serenidade e compostura, sim. O poder sem propósito e sem visão, evidenciava ele, não reflete liderança.

Subalternos jamais foram confundidos como servos subservientes. O poder não o fez mais inteligente e forte. Fê-lo um líder inspirador. Sabia prospectar o melhor de seus assessores e aceitava com resiliência as discordâncias apresentadas.

Entendia que a liderança tem que ser conquistada. Não são os títulos e as patentes que presenteiam o indivíduo com esse atributo.

Cedia em questões menores para alcançar as mais importantes. Quando percebia que seus argumentos valiam o esforço de defesa, encontrava os meios para aglutinar as pessoas em torno da sua ideia. Por aqui temos dificuldade de carimbar o essencial diante do irrelevante.

Defendia com veemência o compromisso antes da imposição. Ao trabalhar pela aprovação da lei de emancipação (abolição da escravatura na América) apelou diretamente aos cidadãos que poderiam ser economicamente prejudicados. “vocês não podem estar cegos para os sinais dos tempos e eu peço que considerem de maneira calma e ampla…” Não afrontava os discordantes e nem os tinha como inimigos a eliminá-los. Nossa política vive o paradoxo dos opostos. Ou se está comigo ou se é meu inimigo.

“Não plantei voluntariamente um espinho no peito de nenhum homem”, disse Lincoln. Logo, exigia comportamento semelhante de sua equipe. Sem rancores, sem traições à luz de velas. Os salões de nossa política indicam atitudes distintas de sabujice e maldades.

Sabia esperar e sabia avançar pela conquista dos seus objetivos. “Um homem observa sua pereira dia após dia, impaciente para colher a fruta. Se tentar forçar o processo, pode destruir tanto a fruta como a árvore. Mas se esperar pacientemente, a pera madura cairá em seu colo”. A afoiteza de alguns políticos nos tem feito perder a fruta e ainda ceifar a árvore do bem-estar político, econômico e social de nosso país.

Abraham Lincoln colocava sempre o interesse coletivo acima do auto-interesse. Nestes rincões isso nos parece utopia, ou certamente o é?

Paz e bem!

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