www.amigosdosetoro.com.br

Notícias Gerais

Documentário em construção
ARUC e Jair : uma história de amor e carnaval

26/09/2016 | Autor: Beto Silva | Visitas: 1484
http://www.amigosdosetoro.com.br

Joãozinho 30 visitando a ARUC.
História baseada no livro de Rafael Fernandes de Souza, entre 1961 a 2006, onde conta a tragetória da ARUC, e que nos ajuda a fazer este documentário deste ilustre morador de Ceilândia, boleiro e um Artista de Carnaval.


A R U C - 4 letras mas que significam muito. Teve o risco de perder seu terreno, tradicionalmente ocupado há décadas, no antigo Clube Unidade de Vizinhança no Cruzeiro - DF, os quais os moradores sabiamente substituíram pela sigla ARUC, dando-lhe utilidade social. Criada em 21 de outubro de 1961, a Associação Recreativa Unidos do Cruzeiro, é grande referência na sua comunidade. Se divide em escola de samba, clube social e entidade desportiva ao mesmo tempo, fazendo assim, o trinômio SAMBA, ESPORTE e CULTURA.

Em uma época na qual o então núcleo urbano do Cruzeiro era esquecido pelas autoridades, seus moradores eram os atores principais. Instrumento não só de lazer e cultura, a ARUC virou aparelho público pelo qual a comunidade cobrava melhorias para o lugar e fortalecimento de laços comunitários entre os Cruzeiros Velho e Novo. Localizada na Área Especial 8 no Cruzeiro Velho, desde 1974, sua estrutura física cresceu de forma muito tímida, nas primeiras décadas. Só no início dos anos 80, é que a ARUC pode realizar grandes obras, sempre com a ajuda de sócios e a comunidade. Na década de 90 finalmente a ARUC assumiu a condição de Clube Unidade de Vizinhança e construiu duas piscinas, instalou academias de ginástica e reformou quadras e campos de futebol. Dispondo de 38 mil metros quadrados, o clube está bem no centro do Cruzeiro Velho, constituindo-se em um verdadeiro coração do antigo Bairro do Gavião. Sendo a maioria de seus fundadores era formada por cariocas, transferidos recentemente do Rio de Janeiro para a nova Capital.

Uma das primeiras providências foi a criação da escola de samba, com indicação do cabo Magalhães para diretor de bateria e de D Isabel para diretoria feminina, com a tarefa de comandar as pastoras. Estavam lançadas as bases da Escola de Samba Unidos do Cruzeiro. Neste época, o primeiro presidente eleito, Paulo Costa, apaixonou-se perdidamente por Maria Pé Grande, porta-bandeira da Escola de Samba Alvorada em Ritmo, e trocava a ARUC pela Alvorada, e abandonando a ARUC à sua própria sorte. Ao contrário do que se poderia imaginar, a crise provocada serviu para unir ainda mais os cruzeirenses, lançando as bases da forte ligação comunitária que a ARUC mantém até hoje. "Muita gente gloreia se o Cruzeiro morrer". Os versos de Jandira de Oliveira e Milton de Maninha, autores do primeiro samba de terreiro, em 1962.

Apesar da crise, agravada com a renúncia de Pedro de Souza Almeida, escolhido para substituir o fujão Paulo Costa, a nova entidade conseguiu superar todas as dificuldades e realizou seu primeiro ensaio no final de novembro de 1961 ao lado da antiga quadra 20, no Cruzeiro Velho, no canteiro de obras da Construtora Vieira e Castro. Com a eleição de José Santana de Lima para presidente, em dezembro de 1961, a nova escola começou a ganhar corpo e força. Comprou a primeira bateria que se apresentou pela primeira vez na cidade. Em janeiro de 1962, no Hotel Nacional, juntamente com a Candangolândia, a Unidos da Cidade Livre, a Alvorada em Ritmo e a Brasil Moreno, ambas da Asa Sul, numa homenagem ao presidente Juscelino Kubistchek, fundador da Nova Capital, com o enredo "Exaltação a Brasília". "Nós não tínhamos nada. A bateria era da Aeronáutica e só havia samba quando o cabo Magalhães queria, porque ele era o dono dos instrumentos. Um belo dia ele não quis emprestar as peças, eu tomei como desfeita e decidi comprar uma bateria completa na Musilar, que custou 145 cruzeiros pagos com o meu ordenado, em prestações de 30 cruzeiros", contou José Santana num depoimento ao Correio Braziliense em fevereiro de 1980.


Pelos braços de Natal.

18 de janeiro de 1962, a família ARUC recebia a visita de Natalino José Nascimento, o grande Natal, presidente da Portela, que veio a Brasília especialmente para oficializar as cores azul e branco e batizar a ARUC.

28 de janeiro desse mesmo ano, a Escola foi batizada pelo Padre Lúcio Renó na Capela Nossa Senhora das Dores.

Outra crise, iria tumultuar o ambiente da nova Escola. Presidente José Santana decidiu dispensar D Isabel, por indisciplina. D Jandira de Oliveira foi escolhida como a nova diretora feminina, mudou totalmente as pastoras e pacificou o ambiente. Com ela, foram escolhidos Gordinho e Vanderlei para diretores de bateria, Messias e Mangueira para diretores de harmonia e o casal Marrom e Gessy paa mestre-sala e porta-bandeira. No seu terceiro desfile , em 1962, ficou em 3º lugar. Nos dois seguintes 1963 e 1964, conquistou o vice-campeonato.

1965, ARUC campeã com o enredo "Impressão Régia", inaugurando um invejável currículo de vitórias.


Nos seus 45 anos de atividade, a ARUC conquistaria 27 vezes o título de campeã do carnaval de Brasília.

A ARUC foi na sequência :

* pentacampeã (1965 a 1969) ;

* campeã 1971 ;

* tetracampeã (1975 a 1978) ;

* tricampeã (1982 a 1984) ;

* Octacampeã (1986 a 1993), um feito inédito em todo o Brasil ;

* campeã 1997 ;

* tetracampeã 2000 a 2004 ;

* campeã 2006, com a participação do Jair - ARUC nota 10;


ARUC nota 10, em 2006

Em 2006, foi preciso montar então a nova equipe de carnaval, mas uma equipe capaz de recuperar o posto perdido. Ezequiel Jorge, integrante da chapa de oposição na última eleição. Jorjão como é mais conhecido o vice-presidente de carnaval, assumiu o posto e trouxe consigo outros nomes conhecidos do carnaval cruzeirense. compunham a comissão de carnaval os casais Reinaldo e Cleusa, Gilson e Fátima. O enredo "Todos os azuis do azul", uma homenagem à cor símbolo não só da ARUC, como da sua madrinha Portela.

Com o presidente Sinval afastado por questões pessoais, esteve sob o comando do vice Márcio Coutinho, que tocou o carnaval apoiado pela nova comissão de carnaval. A equipe do Barracão foi contratada, tendo a frente JAIR SOARES da SILVA, com a estrutura dos carros, ANDRÉ com as esculturas de isopor e ISAÍAS Mendonça, o PARAÍBA, como carnavalesco e decorador dos carros. Os figurinos eram criação do Mestre BIRA e ANDREONI.

Talvez a escola tivesse produzido o seu mais belo desfile em termos de acabamento e plasticidade. Foi o desfile impecável, belas fantasias, carros luxuosos e o samba-enredo cantado por todos. No dia seguinte confirmou o que se viu na avenida: nota 10 em todos os quesitos.

Estamos aguardando novas entrevistas e mais material para enriquecer nosso documentário...








Paulo Cesar Vasconcelos, comentou no dia 26 de de 2016 as 16:20

Não podemos ficar de braços cruzados. Já diz a música; não deixe o samba morrer, não deixa o samba acabar.



Antunes, comentou no dia 27 de de 2016 as 17:46

Se houvesse belas atitudes como esta, o nosso carnaval nunca teria sido suspenso. Quem conhece o povo guerreiro carnavalesco sabe da sua luta...



Nome:


Comentário: